sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Revolução e Redes Sociais


O ano de 2011 marcou um verdadeiro renascimento dos levantes e passeatas ao redor do mundo. A onda começou na Tunísia e Egito, que depuseram seus ditadores, e chegou à Europa com milhões nas ruas da espanha protestando contra a situação do país. e não parou por aí.

O movimento auto-organizado e apartidário, no melhor estilo de política faça-você-mesmo, se replicou na Grécia e chegou aos EUA, com o Occupy Wall Street. A manifestação contra o poder excessivo dos bancos e das grandes corporações se iniciou com um pequeno grupo tomando uma praça no coração financeiro de Nova York e se espalhou por cerca de 1.500 cidades mundo afora. Até o Brasil teve direito às suas versões, tímidas, em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

Esses movimentos todos — que usaram canais como YouTube, Twitter e Facebook para se articular e ganhar massa — mostram uma nova forma de ativismo. Ele não se baseia no instinto de combate e rebeldia das passeatas contra a Ditadura ou a Guerra do Vietnã, nos anos 60, mas em se sentir parte de um todo. A internet e as redes sociais fortaleceram nossa necessidade de compartilhar ideias e colaborar uns com os outros. “As causas passaram a ser a principal forma de nos conectarmos. Daí as pessoas estarem tão dispostas a integrar movimentos”, diz a jornalista norte-americana Tina Rosenberg, autora do novo livro Join the Club: How Peer Pressure Can Transform the World (Junte-se ao Clube: Como a Pressão Social Pode Transformar o Mundo, sem edição brasileira).

Essa vontade de se unir para defender ideais vale não apenas para causas de peso, como derrubar presidentes ou protestar contra a selvageria do capitalismo. Por trás dessas grandes bandeiras, há milhares de outras, menores, mais segmentadas, até mesmo pessoais — como fazer uma viagem, defender as bicicletas como meio de transporte ou conseguir dinheiro para uma instituição — que também encontram seus seguidores. Mesmo que não sejam milhares, eles podem ser suficientes para uma transformação.

Se antes revolução significava uma multidão nas ruas em defesa de uma causa única, hoje esta imagem se fragmentou: são vários pequenos grupos que defendem várias pequenas causas. Nem por isso, elas têm menos força. “Estamos acostumados com a palavra global significando ‘realmente grande’. Mas hoje, graças à internet, é possível termos uma organização global minúscula”, afirma o professor do Programa de Telecomunicações Interativas da Universidade de Nova York Clay Shirky, autor do livro A Cultura da Participação. Sendo assim, se você tem uma causa para lançar, chegou a hora. Há uma multidão aí fora disposta a se engajar em movimentos, colaborar com projetos e ações. Você há de encontrar a parte interessada e levantar sua bandeira.
-------------------------------------------------
Fonte: http://revistagalileu.globo.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário