quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Arqueologia da Ilha de Marajó

Amazônia antes de Cabral

Por volta do ano 1.000 depois de Cristo, sociedades hierárquicas e populosas estavam estabelecidas ao longo das margens do rio Amazonas e seus principais afluentes. Explorando de maneira intensiva os recursos aquáticos e desenvolvendo agricultura nos solos férteis da várzea amazônica, aquelas populações desenvolveram complexas instituições sociopolíticas e uma rica cultura material. Pesquisas arqueológicas recentes têm demonstrado que sociedades extensas, hierárquicas e sedentárias ocuparam também a terra firme, fazendo parte de complexas redes de troca à longa distância. As trocas uniam as sociedades amazônicas e estabeleciam contatos que explicam as semelhanças culturais entre elas, expressas principalmente na produção da cerâmica e na arte rupestre. Objetos e instrumentos de pedra, como machados de basalto e granito e adornos de jadeíte e nefrite circulavam como bens de prestígio, unindo as elites indígenas regionalmente.
Arqueologia da Ilha de Marajó

A cultura Marajoara começou a ser estudada desde o final do século XIX, quando viajantes e naturalistas tomaram conhecimento da cerâmica funerária que era encontrada enterrada em grandes aterros artificiais. Os primeiros arqueólogos a estudar aqueles sítios foram os americanos Betty Meggers e Clifford Evans que, impressionados com a cerâmica altamente elaborada e de ótima qualidade, e com a monumentalidade dos aterros construídos pelos índios, sugeriram, nos anos 1950, que aquele povo teria migrado dos Andes. Hoje entende-se que a cultura Marajoara originou-se localmente, a partir de um processo de mudança cultural que ocorreu entre as comunidades que já habitavam a Ilha desde há 3.500 anos atrás.

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