sábado, 15 de janeiro de 2011

Ilha do Marajó

Por Admarino Júnior

Senhores, durante o mês de Janeiro me lancei (ainda estou no meio do percurso) numa grande e prazerosa aventura conhecendo a costa sul da Ilha do Marajó à convite da Historiadora Nancy Nunes que atualmente pesquisa sobre a História deste arquipélago para um futuro trabalho de doutoramento, utilizando a arqueologia marajoara, relatos de viajantes de séculos passados e os estudos da pesquisadora Denise Schaan (pioneira nos estudos arqueológicos marajoara) como fio condutor da investigação.

Então, utilizarei este espaço para relatar um pouco as minhas observações mostrando principalmente o cotidiano e a cultura de múltiplas comunidades ribeirinhas entrelaçadas nos rios e nas cidades do Arquipélago.

A Cultura Marajoara começou a ser estudada desde o final do século XIX, quando viajantes e naturalistas tomaram conhecimento da cerâmica funerária que era encontrada enterrada em grandes aterros artificiais. Os primeiros arqueólogos a estudar aqueles sítios foram os americanos Betty Meggers e Clifford Evans que, impressionados com a cerâmica altamente elaborada e de ótima qualidade, e com a monumentalidade dos aterros construídos pelos índios, sugeriram, nos anos 1950, que aquele povo teria migrado dos Andes. Hoje
entende-se que a Cultura Marajoara originou-se localmente, a partir de um processo de mudança cultural que ocorreu entre as comunidades que já habitavam a Ilha há 3.500 anos atrás.

Uma série de datações radiocarbônicas permitem situar o período de maior crescimento e expansão da cultura Marajoara entre os séculos V e XIV, colocando-a como a mais antiga fase da tradição polícroma amazônica, um estilo cerâmico caracterizado por uma cerâmica cerimonial altamente elaborada em forma e decoração (pintura preta e vermelha sobre branco, bordas ocas, uso de técnicas de modelagem, incisão e excisão), encontrada associada a enterramentos secundários e contextos rituais.

Os sítios arqueológicos típicos da Fase Marajoara caracterizam-se pela construção de monumentais aterros formados a partir de solo estéril arenoso retirado do leito de cursos d’água próximos ou das imediações do terreno, formando camadas intercaladas por estratos de ocupação contendo pisos de argila queimada, fogueiras, abundantes fragmentos de cerâmica e enterramentos.

2 comentários:

  1. Nossa que bacana, Adamarino, estarei acompanhando para saber mais informaçãos sobre essa ilha.
    Beijinhos

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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