sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Infância, Cultura e Mídia


Por Admarino Júnior

Este post surgiu a partir da leitura e reflexão que estou fazendo do livro intitulado Infância, cultura e Mídia/Org. Aldo Pontes e de leituras subjacentes. Bom, vamos ao que interessa. Conforme nos ensina o Historiador Philippe Àries em sua obra História Social da Criança e da Família, a infância ou o sentimento de infância como entendemos hoje é muito mais do que uma fase na vida dos indivíduos. Concebida a partir de um a perspectiva histórico-cultural, essa se constitui como uma criação do homem por forças Políticas, sociais, econômicas e culturais.

Dessa forma, à medida que a sociedade sofre mudanças, a idéia de infância também sofre transformações. Diante disso, nos questionamos: como é a infância em uma sociedade marcada pelas mídias como a que vivemos hoje?

A psicanalista Maria Rita Kehl** por exemplo, alerta que as crianças são seduzidas pela telinha da TV. Essa sedução do telespectador mirin torna-se ainda mais fácil em uma sociedade cada vez mais violenta em que as brincadeiras comuns da Infância, profundamente marcada pelo lúdico, pela criação, pela socialização realizada em espaços abertos como quintais parques, praças e etc., saem de cena e dão lugar hoje a uma infância cada vez mais marcada pela eletronização na qual cada criança trancada em seus quartos consome TV, vídeo game, internet, telefone etc.

Sem dúvida, isso nos leva a pensar como professores, para uma educação no uso das Mídias, que possa ter inicio desde a educação infantil e que se desenvolva ao longo da formação do sujeito, pois contribuirá significativamente para o desenvolvimento de uma leitura crítica do discurso do meio de comunicação. E nós, profissionais da educação devemos nos ater para isso, além de procurar entender a Infância nos dias de hoje. É condição SINE QUA NON.

Ps: [** Esta referência é influência de minha esposa Fernanda isobe que é Psicóloga]


3 comentários:

  1. Admarino, esse é o grande desafio do professor. Vivemos uma grande crise na educação: sabemos que o modelo posto não funciona, não atende as necessidades do estudante e tampouco o prepara para nada. Por outro lado não temos respostas para o que funciona, estamos tateando no escuro e o que é pior, a grande maioria dos professores ainda se comforma com o modelo posto. Tem medo de mudar e ousar porque isso significa muito mais trabalho.
    Mais do que nunca temos que lutar para buscar respostas.

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  2. A conformação dos professores está alinhado À um modelo educacional que eles receberam em sua formação. Muitos, inclusive, não estão preocupados em fazer uma formação continuada. Voltar a pensar, refletir dá muito trabalho, leva tempo, demora...

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  3. Olá Professora Cecy, Realmente as barreiras e dificuldade3s são grandes. Certo dia ouvir as palavras de um professor de História dizendo: "Bom, eu faço meu trabalho, não me preocupo muito com metodologia porque os alunos não querem nada com nada...". Engraçado é que sempre esperamos de um professor é acreditar nos alunos. Não podemos desistir das crianças. A educação está precária por diversos fatores. No entanto, é sempre bom acreditarmos mais, por querermos mais... Não podemos ser conformados com o que já temos.

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