terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Quadrinhos como fontes da história

Muitas de nossas concepções de mundo são construídas na infância por meio dos valores apresentados nas páginas das histórias em quadrinhos, repletas de heróis, vilões e idéias.

Seu valor didático e para a formação ideológica da sociedade é indiscutível... No entanto, quem já prestou atenção nos quadrinhos como fonte histórica? Por que eles ainda são tratados como mídia de ordem secundária? Pode parecer estranho ao leitor a aventura de pensar os quadrinhos como um meio legítimo de se estudar a História. Mas quantas vezes, na infância, não lemos nas tiras dos quadrinhos sobre personagens que foram importantes para o nosso país e para o mundo?

A infantilização dos quadrinhos no Brasil

Para entendermos a possibilidade de utilizar os quadrinhos como fontes históricas, devemos necessariamente recorrer a um pouco de seu retrospecto no Brasil. A primeira revista reconhecidamente de quadrinhos, no país, foi publicada em 1939, com o título de Gibi. A palavra significava "moleque", "menino", e seu conteúdo apresentava histórias variadas, baseadas em mistérios, aventuras ou em simples entretenimento. Gradativamente a palavra foi adquirindo o caráter genérico da revista de quadrinhos, tornando-se também parcialmente responsável pela infantilização deste gênero literário. Os quadrinhos passaram a ser entendidos como uma literatura menor, restrita à infância e à adolescência. E, apesar disso, passível de censura, já que, vez por outra, seus textos eram considerados desprovidos de conteúdos educacionais e pedagógicos adequados. A infantilização dos quadrinhos determinou ainda suas formas de consumo em nossa sociedade: tanto no tocante ao formato da revista, como no relativo à presença maciça de heróis americanizados, que circunscreveram severamente as temáticas e a profundidade das histórias. Mesmo as Hq's nacionais, surgidas na década de 1970 – como a Turma do Pererê (de Ziraldo) e da Mônica (de Mauricio de Souza) –, seguiam o padrão das histórias infantis. O restante da produção nacional era dominado por quadrinhos estrangeiros, que transpunham a realidade (em geral) americana para o nosso universo de leituras com capacidade formadora.

Maurício de Sousa, em 2003, durante a abertura da exposição "História em Quadrões",

mostra uma reprodução de "Lição de Anatomia", de Rembrandt, feita com os seus principais personagens.


Fontes:

Texto de Jefferson Lima (Revista Leituras na História)

site: http://leiturasdahistoria.uol.com.br/ESCV/index.asp


2 comentários:

  1. Os quadrinhos tem um papel fundamental na iniciação literária da maioria das pessoas. Difícil encontrar alguém que não tenha adquirido gosto pela leitura através dos quadrinhos. Eu sempre fui fã do Garfield, da Turma da Mônica, Snoop, entre outros que marcaram minha infância.

    ocafofodobrito.blogspot.com

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  2. As histórias tem ações rápidas, de fácil compreensão e provocam boas risadas nas crianças.

    O gosto pela leitura muitas vezes começa pelos quadrinhos, pois é um tipo de texto que torna o ato de ler divertido. Há determinadas histórias que foram lidas por muitas vezes pelo mesmo aluno, pois o infante identifica-se com as personagens e situações expostas.
    Beijos

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