

Site: http://www.feiradolivro.pa.gov.br/
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Retirado da Revista de História da Biblioteca Nacional de Julho de 2010. Página 13.
Depende do que se pretende analisar. Faça uma rápida retrospectiva em seu Orkut (caso você mantenha os mesmos recados e fotos desde quando você criou sua conta). Nele, é possível relembrar fatos do seu passado. Aquele recado de sua antiga namorada, a foto de quando você conseguiu algo muito desejado, o seu progresso material enfim, você provavelmente trouxe à sua memória fatos que lhe ocorreram anteriormente.
Marc Bloch e Lucien Febvre foram historiadores de maior destaque que propuseram a ruptura do paradigma cristalizado de que o conhecimento histórico só poderia ser construído através de documentos oficiais. Respeitando sempre os limites, o passado pode e (deve) ser revisitado através de outros caminhos como imagens, literatura, a fala (História Oral) etc. Não obstante, Marc Bloch não previu o advento de novas tecnologias como as populares redes de relacionamentos. Destarte, é imperativo perceber como se dá a construção do perfil dessas redes sociais. Afinal, a escolha das fotos a serem divulgadas, dos amigos convidados e da descrição de si mesmo perpassa uma série de valores inerentes a cada um.
Em suma, tal qual um documento escrito ou uma escultura, o Orkut pode ser usado como uma fonte histórica, desde que tenhamos cuidado ao analisar a construção das informações de seus usuários. De qualquer forma imagine a quantidade de informações que as futuras gerações de historiadores terão sobre nós. Bem diferente de quando pesquisamos o João Francisco da Silva migrante cearense que veio pra Belém na virada pro XX trabalhar nos seringais onde seu nome só aparece devido ao envolvimento em crime.
Ouro de Tolo
Eu devia estar contente porque eu tenho um emprego
Sou o dito cidadão respeitável e ganho quatro mil cruzeiros por mês
Eu devia agradecer ao Senhor por ter tido sucesso na vida como artista
Eu devia estar feliz porque consegui comprar um Corcel 73
(...)
Eu devia estar contente por ter conseguido tudo que eu quis
Mas confesso abestalhado que eu estou decepcionado!
(...)
É você olhar no espelho e se sentir um grandessíssimo idiota
Saber que é humano, ridículo, limitado
E que só usa 10% de sua cabeça animal
E você ainda acredita que é um doutor, padre ou policial
Que está contribuindo com sua parte
Para o nosso belo quadro social...
“Ouro de tolo” é o nome que se dava na Idade Média às promessas de falsos alquimistas. Transpondo a idéia para a década de 1970, Raul Seixas reduz a nada as aspirações da classe média que apoiou o milagre econômico da ditadura: a euforia regada pela estabilidade social do cidadão respeitável e por uma visão religiosa conformista era simplesmente um “ouro de tolo”
É com esse tom polêmico, reflexivo, crítico e maluco beleza que permeou a vida de Raul Seixas. Hoje é um dia especial e tanto quanto triste para muitos (inclusive eu) por fazer 20 anos da morte do Raul.
Muitas vezes conhecido apenas por seu lado ‘maluco beleza’, Raul Seixas demonstrou também uma profunda consciência de seu tempo. Se lembrarmos dos vinte anos de sua morte hoje, vale também ressaltar que, em um momento de repressão ditatorial, o artista usou suas canções para propagar suas idéias libertárias. “Sob o disfarce de roqueiro, você dizia coisas que as outras pessoas não poderiam dizer”, afirmou o apresentador Jô Soares na última entrevista concedida por Raul.
Ao lado do cantor Marcelo Nova, Raul Seixas recorda do tempo no exílio, quando comeu lixo em Nova York e conheceu pessoalmente John Lennon. “Eu estive com John Lennon quando ele estava separado da Yoko Ono, em um apartamento enorme. [...] Eu já tinha escrito cartas para ele sobre a sociedade alternativa. [...] Ele me botou três dias na casa dele”, disse no programa de TV.
Raul afirma ainda ter conversado sobre grandes personagens da humanidade com o ex-beatle. Mas quando questionado por Lennon sobre alguma figura de destaque no Brasil, Raul Seixas quase fica sem respostas. “Eu fiquei nervoso, não tinha ninguém pra dizer. Eu disse: - Café Filho!”, confessou entre risos.
A sociedade alternativa de Raul Seixas poderia ser apenas um sonho, uma Utopia, algo metafísico. Quem sabe. Mas, talvez essa sociedade exista dentro de cada um de nós, basta apenas despertá-la. Caso contrário viveremos sempre em uma sociedade hipócrita, narcisista, ignorante onde o que importa é o TER e não o SER. Ou melhor, o Ouro de tolo.
Falar de sexo usando a História, este é o projeto deste livro escrito por Peter N. Stearns, autor consagrado que não se vale de comportamentos exóticos, escatológicos ou simplesmente pitorescos como atrativo para sua obra, como alguns historiadores menores costumam fazer. É claro que ele historia algumas práticas consideradas não convencionais, mas sua preocupação principal é a de lançar luz sobre aspectos da sexualidade ligados à maioria das pessoas.
"O público leitor brasileiro não precisa de lembretes acerca da importância da sexualidade", considera Stearns, em sua introdução escrita especialmente para o leitor brasileiro. Contudo, até agora não havia em nossa língua uma única obra abrangente, no tempo e no espaço, como esta História da sexualidade.
Obra pioneira de historiador experiente, leitura agradável, envolvente e necessária.
Sobre o autor:
Peter N. Stearns é Ph.D. em História pela Harvard University, onde também concluiu seu bacharelado e mestrado. Desde cedo se destacou pela atividade docente (trabalhou na Universidade de Chicago, Rutgers, entre outras) e pelo empenho em escrever livros, tanto para especialistas, quanto para um público mais amplo. Tem sido editor de importantes publicações especializadas nos EUA, como o Journal of Social History. Sua preocupação com a História mundial e seu empenho em mostrar práticas sociais em diferentes culturas orientaram a escrita de importantes livros, como A infância, História das relações de gênero e esta História da sexualidade.
Este post surgiu a partir da leitura e reflexão que estou fazendo do livro intitulado Infância, cultura e Mídia/Org. Aldo Pontes e de leituras subjacentes. Bom, vamos ao que interessa. Conforme nos ensina o Historiador Philippe Àries em sua obra História Social da Criança e da Família, a infância ou o sentimento de infância como entendemos hoje é muito mais do que uma fase na vida dos indivíduos. Concebida a partir de um a perspectiva histórico-cultural, essa se constitui como uma criação do homem por forças Políticas, sociais, econômicas e culturais.
Dessa forma, à medida que a sociedade sofre mudanças, a idéia de infância também sofre transformações. Diante disso, nos questionamos: como é a infância em uma sociedade marcada pelas mídias como a que vivemos hoje?
A psicanalista Maria Rita Kehl** por exemplo, alerta que as crianças são seduzidas pela telinha da TV. Essa sedução do telespectador mirin torna-se ainda mais fácil em uma sociedade cada vez mais violenta em que as brincadeiras comuns da Infância, profundamente marcada pelo lúdico, pela criação, pela socialização realizada em espaços abertos como quintais parques, praças e etc., saem de cena e dão lugar hoje a uma infância cada vez mais marcada pela eletronização na qual cada criança trancada em seus quartos consome TV, vídeo game, internet, telefone etc.
Sem dúvida, isso nos leva a pensar como professores, para uma educação no uso das Mídias, que possa ter inicio desde a educação infantil e que se desenvolva ao longo da formação do sujeito, pois contribuirá significativamente para o desenvolvimento de uma leitura crítica do discurso do meio de comunicação. E nós, profissionais da educação devemos nos ater para isso, além de procurar entender a Infância nos dias de hoje. É condição SINE QUA NON.
Para algumas pessoas, 19 de agosto é apenas o dia do historiador. Para outras é mais um motivo de luta para que a profissão seja regulamentada. Durval Muniz de Albuquerque Júnior, presidente da Associação Nacional dos Historiadores (Anpuh), convoca todos os interessados no assunto a se mobilizarem pela aprovação do projeto. O processo em prol da regulamentação está tramitando no Senado.
A luta pela regularização da profissão é antiga, começou em 1968. Sua primeira vitória foi a aprovação na Câmara dos Deputados, em março deste ano, após décadas de tentativas. Essa foi uma das razões que levou a Anpuh a realizar encontros regionais para debater a questão