quarta-feira, 25 de maio de 2011

Brasil e Argentina: amores (cor)respondidos


Alguns dias atrás, em uma conversa na quadra de futsal, surgiu um comentário sobre a tão famosa rivalidade entre Brasil e Argentina. Um de nossos amigos falou sobre a "briga" que teria com os hermanos, aludindo aos confrontos e provocações. Enfim, eu sempre gostei do futebol argentino, tenho a blusa da seleção e nada contra eles - só para deixar claro, sou brasileiro, e torço para nossa seleção. A questão é que um dos argumentos utilizados foi que os argentinos também não gostavam dos brasileiros, logo, era uma briga de ambos os lados. Será?

Deparei-me com um artigo de Ronaldo George Helal, publicado na Revista de História da Biblioteca Nacional, nº 68, no qual nos mostra várias reportagens do Jornal Clarin - jornal argentino - que afirma a preferência pelo futebol brasileiro quando jogado com outras seleções, além de ser normal encontrar "...pessoas usando sandálias com a bandeira brasileira nas tiras..." ou até mesmo em um passeio pelas ruas argentinas escutar a música brasileira tocando em bares e restaurantes.
A rivalidade parece ser até irônica nas palavras ,do sociólogo Pablo Alabarces apud Helal: "Os brasileiros amam odiar os argentinos, enquanto os argentinos odeiam amar os brasileiros."

Para Ronaldo Helal, esse "implicância" com os argentinos está relacionada a uma questão de afirmação do povo como nação. "A popularização da nacionalidade brasileira foi construída, em grande parte, por meio do futebol, enquanto na Argentina o 'nacional' já existia desde antes desse esporte, por meio das escolas públicas, a partir da época em que Faustino Sarmiento (1811-1888)" quando investiu nas escolas com a intenção de levar os imigrantes a encontrar naquele país "estranho" uma ideal de nação argentina.

Talvez, é o que afirma o autor do artigo, a implicância com os hermanos seja fruto da necessidade do Brasil de marcar sua alteridade, de ter um adversário a quem se opor e afirmar, posto que "toda rivalidade traz em si uma dose de admiração. Só se rivaliza com quem tem algo que se deseja possuir ou superar..."

No final do artigo, o autor afirma que a falta de reciprocidade por parte de nós brasileiros, principalmente pela imprensa brasileira, grande incentivadora de tal rivalidade, estaria "provocando uma mudança de atitude por parte dos argentinos em relação ao 'odiar amar'." Em resposta a um comercial de cerveja no qual chama um argentino de homossexual, existe outro que pode ser visualizado através desse link: http://www.youtube.com/watch?v=awWcv1C6O6U

E, então, falando no assunto...quem é melhor? Maradona ou Pelé? (risos)

Por Rafael Santos

domingo, 15 de maio de 2011

Como era bom

tempo em que marx explicava o mundo
tudo era luta de classes
como era simples
o tempo em que freud explicava
que édipo tudo explicava
tudo era clarinho limpinho explicadinho
tudo muito mais asséptico
do que era quando eu nasci
hoje rodado sambado pirado
descobri que é preciso
aprender a nascer todo dia

[Poema de Chacal]

terça-feira, 3 de maio de 2011

Charge da Semana

Charge de J. Bosco:
cartunista,ilustrador,caricaturista e chargista do jornal O LIBERAL, de Belém do Pará, desde 1988.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

02/05/1968 – O Maio de 68 Francês

Maio de 68 foi o movimento iniciado pelos estudantes universitários contra as políticas trabalhista e educacional de De Gaulle. O movimento pode ser considerado como um mês de movimentações e transformações sociais que já haviam ocorrido nos Estados Unidos, Europa e América Latina no período de uma década, ou seja, um salto que havia demorado pra acontecer. Em 30 dias os estudantes formaram trincheiras para confrontar a polícia e dar novos significados as palavras “liberdade, rebeldia e novos tempos”.

Tudo começou na Universidade de Nanterre, nos arredores de Paris, em 2 de maio de 1968, e logo chegou a capital. Dias depois estudantes entram em conflito com a polícia contra o fechamento de outra universidade francesa, a Sorbonne. Os acontecimentos continuam e logo os estudantes e trabalhadores estavam unidos e decretando greve geral de 24 horas como protesto contra o general De Gaulle. No dia 20 de maio a mobilização atinge seu auge quando Paris amanhece sem metrô, ônibus, telefones e muitos outros serviços. O número de grevistas chegava aos 6 milhões e a Universidade de Sorbonne era palco de uma nova batalha onde as palavras eram as armas.

Os estudantes, filófosos e intelectuais envolvidos no Maio de 68 foram responsáveis pelas idéias e frases mais ousadas do século 20. Frases estas que representavam a política libertária desejada pelos estudantes: ”A imaginação ao poder”, “É proibido proibir”, "Revolução, eu te amo" e “Abaixo a sociedade espetacular mercantil”, eram apenas algumas destas frases.

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Fonte: http://historica.com.br/hoje-na-historia/o-maio-de-68-frances