
Deparei-me com um artigo de Ronaldo George Helal, publicado na Revista de História da Biblioteca Nacional, nº 68, no qual nos mostra várias reportagens do Jornal Clarin - jornal argentino - que afirma a preferência pelo futebol brasileiro quando jogado com outras seleções, além de ser normal encontrar "...pessoas usando sandálias com a bandeira brasileira nas tiras..." ou até mesmo em um passeio pelas ruas argentinas escutar a música brasileira tocando em bares e restaurantes.
A rivalidade parece ser até irônica nas palavras ,do sociólogo Pablo Alabarces apud Helal: "Os brasileiros amam odiar os argentinos, enquanto os argentinos odeiam amar os brasileiros."
Para Ronaldo Helal, esse "implicância" com os argentinos está relacionada a uma questão de afirmação do povo como nação. "A popularização da nacionalidade brasileira foi construída, em grande parte, por meio do futebol, enquanto na Argentina o 'nacional' já existia desde antes desse esporte, por meio das escolas públicas, a partir da época em que Faustino Sarmiento (1811-1888)" quando investiu nas escolas com a intenção de levar os imigrantes a encontrar naquele país "estranho" uma ideal de nação argentina.
Talvez, é o que afirma o autor do artigo, a implicância com os hermanos seja fruto da necessidade do Brasil de marcar sua alteridade, de ter um adversário a quem se opor e afirmar, posto que "toda rivalidade traz em si uma dose de admiração. Só se rivaliza com quem tem algo que se deseja possuir ou superar..."
No final do artigo, o autor afirma que a falta de reciprocidade por parte de nós brasileiros, principalmente pela imprensa brasileira, grande incentivadora de tal rivalidade, estaria "provocando uma mudança de atitude por parte dos argentinos em relação ao 'odiar amar'." Em resposta a um comercial de cerveja no qual chama um argentino de homossexual, existe outro que pode ser visualizado através desse link: http://www.youtube.com/watch?v=awWcv1C6O6U
E, então, falando no assunto...quem é melhor? Maradona ou Pelé? (risos)
Por Rafael Santos