sábado, 2 de abril de 2011

Crianças abandonadas

Por Admarino Júnior

“O alto índice de bebês abandonados está preocupando a sociedade paraense. Em menos de um mês, foram registrados quatro casos, algo que deixou a população em alerta.” (Jornal Diário do Pará, 02/04/2011)

Esta notícia retirada do jornal é bem comovente do ponto de vista moral, pois se trata de uma prática presente em todo Brasil e no Mundo: o abandono de crianças.

No entanto, apesar da notícia ser atual, a prática é bem antiga.

Sabe-se da existência de casos de abandono de crianças em praticamente todas as grandes civilizações da Antigüidade. Na tradição judaica, dois exemplos fortes e centrais de abandono aparecem nas escrituras do Antigo Testamento – Ismael e Moisés. A mitologia e a filosofia também mencionam. Rômulo e Remo (fundadores lendários de Roma), Édipo ( filho de Laio e Jocasta); Hércules (filho de Zeus) são alguns exemplos.

Informalmente, o abandono foi comum até o final da Idade Média, período em que a criança não tinha seu lugar na sociedade. O processo de mudanças começou nos séculos XV e XVI com a criação dos hospitais para expostos ou Roda dos expostos. O nome Roda – dado à casa dos expostos – deve-se ao dispositivo de madeira onde se colocava o bebê que desejava abandonar.

No Brasil elas foram criadas a partir do século XVIII e durante um século e meio foram a única ação de proteção à criança abandonada. A Roda dos Expostos no Brasil existiu até 1950. Por conseguinte, a criança passou a ser reconhecida como detentora de direitos. Passou a ter um papel relevante e significativo na sociedade. Algumas coisas mudam, já outras, permanecem.

Essa pequena exposição histórica do abandono de crianças nos faz pensar hoje em algumas questões cruciais para o debate diante a sociedade:

O que leva a mãe abandonar o filho? Ou Quais as causas do abandono de crianças?

Tais questões, talvez, não tenha uma única resposta.

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Referências

Maria Luiza Marcílio/Livro: História social da criança abandonada. São Paulo: Hucitec, 1998.

Philippe Ariés/Livro: História Social da criança e da família. Rio de Janeiro, Guanabara, 1981.



8 comentários:

  1. Como paraense fico triste com a frequência de tal crime. Acredito que o resgate de valores familiares seja um dos caminhos para modificar esta cruel realidade. Um forte abraço!

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  2. Olá meninos tudo bom?
    Não é só no Paraná que acontecem abandono de bebês, não. Outras cidade também.
    São Paulo é um dos indíces que mais tem abandono de bebês. Seja na cidade ou no interior.
    Muitas justificam insanidade, ou depressão ou simplesmente dizem que não podem criá-los(as)
    Não seria mais facíl pedir ajuda a parentes proxímos?
    O que muitas vezes não surtem efeitos, não há ajuda.
    Não sei se caberia aqui a minha fala, mas acredito que deveria haver uma campanha ou mesmo a sociedade dá uma assistência maior a essas mães que querem abandonar seus filhos.

    Ai vcs me perguntam:
    - Já não tem algo assim Rute? _Sim tem mas não é muito divulgado.

    Eu sei que tem uma instituição em Portugal há uma infinidade de instituições que lutam pela Vida no dia a dia, resolvendo problemas concretos: acolhimento de grávidas, de mães, de bebés, apoio psicológico, apoio médico, aconselhamento jurídico, etc etc etc.

    Talvez com esse tipo de apoio as mãeS pensariam muito antes de abandonar seus filhos.
    Bem cada , caso é um caso.

    Beijinho a todos, ótima semana.

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  3. Olá, Equipe Goliardos.
    Fico grato que tenham gostado do meu trabalho no CHH.
    Mas, não concordo com os ideais comunistas!De forma resumida posso afirma que:
    Não posso apoiar um regime que levou milhões à morte durante os expurgos de Stálin
    Não posso apoiar um regime que prega o ateísmo e o darwinismo,pois sou cristão e seria uma contradição.
    Não posso apoiar um regime que destrói o indivíduo em favor da totalidade.
    De forma resumida sou Integralista, pois vejo a sociedade e o individuo como um todo.
    Acredito nos ideais Integralistas baseado no respeito ao indivíduo na construção da sociedade e na compreensão da sociedade como um todo. Uma sociedade que respeita os indivíduos e suas necessidades pessoais. Que baseia sua sociedade no todo sem detrimento do indivíduo
    Respeito sua opinião, mas tenho a minha, e ela esta exposta nos vários posts que tratam do assunto de forma mais profunda e os podem levar também a entender o Integralismo.
    Um abraço,
    Leandro CHH

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  4. Eita eu disse Paraná? Afff,,,desculpe-me meninos erro de digitação
    No lugar de Paraná, leia-se Pará
    Beijinhos

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  5. Ah! Não posso esquecer que considero o trabalho dos colegas da Equipe Goliardos excelente, pois abordam diversos temas dentro da História de forma clara e objetiva.
    Valeu,
    Leandro CHH

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  6. Essa é uma realidade brasileira, Goliardos.
    Quando saio de Alvorada em direção à Porto Alegre, a Avenida Presidente Getúlio Vargas em Alvorada e a Avenida Baltazar de Oliveira Garcia em Porto Alegre são verdadeiros 'albergues'.
    Triste realidade...
    Abraços,
    Mário

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  7. Situações como essas estão cada dia mais presente no cotidiano brasileiro. È uma triste realidade.

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  8. Vim agradecer a visita e conhecer o seu espaço. Gostei das reflexões que aqui encontrei!

    Um abraço,
    Lou

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