sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Os meninos desvalidos

Por Admarino Júnior

Em decorrência da ausência plena dos próprios autores e co-autores deste espaço de debate e discussão referente ao conhecimento Histórico, eu, sendo membro efetivo e afetivo dos Goliardos, talvez o “líder” deste grupo que vem crescendo a cada dia, estou disposto a fazer algumas considerações sobre as minhas labutas intelectuais.

No geral, estamos atravessando o chamado rio mitológico Grego Aqueronte para chegarmos ao então sonhado Campos Elíseos e, por conseguinte, completarmos uma etapa importante de nossas vidas acadêmicas como graduando do curso de História na Universidade Federal do Pará. Estou fazendo alusão ao nosso trabalho de conclusão de curso que está iniciando neste mês de setembro e que estará presente em nossas vidas futuras.

Para inicio de conversa, o tema escolhido para a apresentação do meu projeto, antes de tudo, parte de uma premissa maior que passou a ser fundamental na História a partir de 1929 com a Revolução Francesa na historiografia promovida pelos historiadores Marc Bloch e Lucien Febvre, que proporcionaram um fazer histórico inovador que contrapunha aos positivistas e historicistas do século XIX. Além disso, contemporaneamente, esta premissa é observada sobre o olhar do Historiador Inglês Eric Hobsbawn. Refiro-me à idéia de que o historiador constrói o passado a partir do presente. Isto é, nós problematizamos e [re]construímos o passado partindo dos problemas do presente.

Vou explicitar melhor esta premissa com o tema que escolhi para o projeto. Diversas vezes andando pelas ruas e praças de Belém do Pará, deparei-me com diversas cenas intrigantes. Entre elas, está a de meninos pobres nas ruas e nos trânsitos pedindo esmolas ou qualquer mantimento para suprir suas necessidades, vivendo em condições miseráveis, sub-humanas e sem amparo e assistência do estado.

Com isso veio-me à idéia de como foi a tratado pelos governantes e pela elite dirigente as políticas públicas para “proteger” ou auxiliar os meninos ou crianças pobres e desvalidas do século XIX em Belém do Pará. E qual a idéia de infância que permeava na sociedade Belenense daquele período.

Haja vista que, inicialmente, partir do aporte teórico baseado no trabalho do Historiador Francês Philippe Áries, em sua obra “História social da criança e da Família” discorrendo que a idéia de infância é uma noção historicamente construída. Isto é, ao logo do tempo as transformações sociais são tão intensas que repercute na ação dos próprios sujeitos históricos, neste caso, as crianças.

Através disso, surge a minha problemática do passado: como ocorreu a configuração ideológica do estado e suas atuações de políticas públicas para a inserção de meninos desvalidos da fortuna para adquirir hábitos de trabalho profícuo, que os afastará da ociosidade, do vício e do crime.

Assim delimitei algumas coisas, entretanto, ainda falta reconfigurar o recorte histórico pretendido no projeto de minha pesquisa. Por conseguinte, o tema delimitado para a pesquisa será exposto aqui a “todos os simpatizante de nossa fé” (conhecimento histórico):

A EDUCAÇÃO DOS MENINOS DESVALIDOS DA FORTUNA EM BELÉM DO PARÁ – SÉCULO XIX

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4 comentários:

  1. O tema está ótimo. O problema é que entre o século XIX e o XXI, infelizmente a situação dessas crianças pobres e desvalidas pouco mudou.

    Abraços e um bom trabalho!

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  2. O tão famigerado CEFET talvez seja citado como instituição mestra na arte de adestrar virtuais jovens problemáticos, adequando-os ao convívio das 'pessoas de bem'. Mesmo que hoje em dia tenha esta aurea de instituição de excelência, onde até os bem nascidos a frequentam...

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  3. É verdade, irei trabalhar sim na constituição e formação da escola de aprendizes artífices do Pará que deu oriem ao Cefet-Pa.

    Quando tiver mais estruturado colocarei aqui no blog.

    abrsços

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