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Um abaixo-assinado criado por militares da reserva da Aeronáutica pede a retirada do Ar da novela “Amor e Revolução” escrita por Tiago Santiago e exibida no SBT. A trama gira em torno da ditadura militar (1964-1985) e retrata a perseguição política contra os militares de esquerda na época. O autor da mobilização José Luiz Dalla alega que o folhetim pode colocar a população contra as forças armadas.
Recentemente, a Justiça argentina começou a julgar militares que teriam participado da ditadura daquele país (1976-1983), por crimes, como: o roubo, sumiço e até mesmo troca de identidade de bebês que eram filhos de prisioneiros. Entre os condenados está o primeiro presidente do regime, Jorge Videla, de 84 anos, tendo como pena a prisão perpétua.
No Brasil, esse tipo de julgamento só não ocorre, porque os militares estão amparados pela Lei da Anistia (6.683/1979), assinada pelo então presidente João Figueiredo, que concede o perdão por crimes políticos.
Comentário:
Meus amigos, eu acho que o mentor do abaixo-assinado só pode ter titica de galinha na cabeça. Isto é absurdo. A primeira pergunta que faríamos é: o que esses militares de hoje tem a ver com os criminosos, perseguidores e torturadores da ditadura? Hein? Nada. A novela retrata algo real, baseado inclusive em depoimentos verídicos. Além de trazer um importante debate para a sociedade sobre este momento histórico em nosso País que infelizmente ainda está muito obscuro.
Eu queria ver se os Militares dessa mobilização teriam coragem de entrar com uma ação contra a Rede Globo ou “Rede Bobo”, que monopoliza a indústria de novelas.
“O alto índice de bebês abandonados está preocupando a sociedade paraense. Em menos de um mês, foram registrados quatro casos, algo que deixou a população em alerta.” (Jornal Diário do Pará, 02/04/2011)
Esta notícia retirada do jornal é bem comovente do ponto de vista moral, pois se trata de uma prática presente em todo Brasil e no Mundo: o abandono de crianças.
No entanto, apesar da notícia ser atual, a prática é bem antiga.
Sabe-se da existência de casos de abandono de crianças em praticamente todas as grandes civilizações da Antigüidade. Na tradição judaica, dois exemplos fortes e centrais de abandono aparecem nas escrituras do Antigo Testamento – Ismael e Moisés. A mitologia e a filosofia também mencionam. Rômulo e Remo (fundadores lendários de Roma), Édipo ( filho de Laio e Jocasta); Hércules (filho de Zeus) são alguns exemplos.
Informalmente, o abandono foi comum até o final da Idade Média, período em que a criança não tinha seu lugar na sociedade. O processo de mudanças começou nos séculos XV e XVI com a criação dos hospitais para expostos ou Roda dos expostos. O nome Roda – dado à casa dos expostos – deve-se ao dispositivo de madeira onde se colocava o bebê que desejava abandonar.
No Brasil elas foram criadas a partir do século XVIII e durante um século e meio foram a única ação de proteção à criança abandonada. A Roda dos Expostos no Brasil existiu até 1950. Por conseguinte, a criança passou a ser reconhecida como detentora de direitos. Passou a ter um papel relevante e significativo na sociedade. Algumas coisas mudam, já outras, permanecem.
Essa pequena exposição histórica do abandono de crianças nos faz pensar hoje em algumas questões cruciais para o debate diante a sociedade:
O que leva a mãe abandonar o filho? Ou Quais as causas do abandono de crianças?
Tais questões, talvez, não tenha uma única resposta.
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Referências
Maria Luiza Marcílio/Livro: História social da criança abandonada. São Paulo: Hucitec, 1998.
Philippe Ariés/Livro: História Social da criança e da família. Rio de Janeiro, Guanabara, 1981.