quarta-feira, 15 de abril de 2009

Por que ler Hobsbawm?

Admarino Júnior ( adaptado do texto composto por Bruno Fiuza )


É muito difícil encontrar um intelectual que seja um consenso acima de posições políticas, origem social, credo religioso etc. O britânico Eric J. Hobsbawm chega perto de ser um desses raríssimos casos. O relançamento, pela Companhia das Letras, de O novo século é um convite para revisitar a obra dessa verdadeira lenda viva. No livro, que é a transcrição de uma entrevista concedida por Hobsbawm ao jornalista italiano Antonio Polito em 1999, o historiador britânico apresenta um rico e lúcido prognóstico sobre o mundo às portas do século XXI.

Nascido em Alexandria, no Egito, em 1917, Hobsbawm se tornou um ícone pop por conseguir fazer, como poucos, a ponte entre as áridas pesquisas de ponta produzidas na academia e o grande público. Ao longo de mais de 50 anos de carreira, ele se destacou por ser aquilo que o jargão acadêmico chama de “historiador de síntese”. Ou seja: além das pesquisas que ele mesmo desenvolve, Hobsbawm se tornou um erudito capaz de condensar o resultado de estudos sobre os mais variados temas em obras que apresentam uma visão de conjunto sobre um determinado período histórico.

Ao adotar essas abordagens amplas, apresentou uma leitura da história contemporânea que até hoje orienta os estudos de pesquisadores em todo o mundo. Ele divide a história dos séculos XIX e XX em quatro grandes eras: a das revoluções, a do capital, a dos impérios e a dos extremos.

Não por acaso esses são os títulos dos volumes que compõem a sua “quadrilogia” clássica. Em A era das revoluções ele analisa o período das grandes transformações desencadeadas pela Revolução Francesa no fim do século XVIII, evento fundador do mundo contemporânea; em seguida ele esmiúça o processo de desenvolvimento do capitalismo na Europa entre 1848 e 1875 em A era do capital; na seqüência vem A era dos impérios, obra na qual explica as origens e as conseqüências do imperialismo do final do século XIX e início do XX. A série termina com o seu livro mais famoso, A era dos extremos, no qual faz uma brilhante radiografia do mundo bipolar do século XX, que segundo ele começou em 1914, com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, e terminou em 1991, com o colapso do socialismo real e o fim da União Soviética.

Se Hobsbawm tivesse parado por aí já seria o suficiente para colocá-lo na galeria dos grandes historiadores do século XX, ao lado de Lucien Fevbre, Marc Bloch, Jacques Le Goff, E.P. Thompson e tantos outros. O que o diferencia dos demais, no entanto, é que Hobsbawm continua vivo e bastante ativo.

É isso o que torna O novo século tão instigante: das páginas do livro surge um intelectual em sintonia com seu tempo, que não tem medo de usar a história para explicar o mundo em que vivemos hoje. E faz isso com maestria, diga-se de passagem.

Ler O novo século hoje é ainda mais interessante do que na época em que foi lançado originalmente, em 2000. Agora, as “profecias” feitas por Hobsbawm na virada do milênio podem ser confrontadas com as análises que ele mesmo fez já dos primeiros anos do século XXI em seu último livro, Globalização, democracia e terrorismo, publicado também pela Companhia das Letras no final de 2007.

Ao lado de suas obras clássicas, esses dois livros mais recentes fazem de Hobsbawm um sério candidato a se tornar não só um dos maiores historiadores do século XX, mas também do início do século XXI. Mas isso, só a história poderá julgar.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Entrevistado: Hilário Franco Júnior (USP)

Por Admarino Junior (retirado da rede Café-história)

O papo é com o professor Hilário Franco Júnior, um dos maiores historiadores brasileiros em atividade. Na agradável entrevista concedida ao Café História, o professor Hilário contou como começou sua curiosa trajetória na área de história, além de comentar sobre questões contemporâneas e sobre suas atuais pesquisas. Não perca uma linha sequer!

Medievalista, professor do Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP), Hilário Franco Júnior possui toda a sua formação na área de história, tendo feito seu pós-doutorado com Jacques Le Goff na École des Hautes Études en Sciences Sociales. Hilário é especialista em mitologia medieval e recentemente escreveu um livro sobre futebol e sociedade.

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CAFÉ HISTÓRIA - Professor, antes de tudo, gostaria de dizer que é um grande prazer para o Café História tê-lo como entrevistado. Bom, nossa primeira pergunta está relacionada à sua formação: como o Hilário Franco Júnior tornou-se um historiador? Quando começou seu fascínio pela profissão?

Na verdade minha trajetória é curiosa. Ao contrário do que aconteceu com muitos colegas, na escola a História não me atraía mais do que as outras matérias, ou seja, pouco. Nunca fui bom aluno. Sem saber muito bem o que fazer como faculdade, acabei indo por influência de amigos e da família para Administração de Empresas! Mas – veja como o destino pode ser curioso – na Fundação Getúlio Vargas onde eu tinha ingressado, o Centro Acadêmico dirigia um cursinho preparatório para os interessados em prestar aquele vestibular. Os professores do cursinho eram exclusivamente alunos da faculdade, e quando se formavam deixavam a função e havia um concurso interno para contratar outros alunos para dar aula aos vestibulandos. Logo no meu primeiro ano de curso abriu uma dessas vagas, prestei o tal concurso porque era um emprego bem pago e muito prático (eu seria aluno e professor no mesmo prédio). Ganhei uma das vagas de História Geral e um treinamento de um semestre antes de começar a nova função. Percebi então o óbvio: não sabia o suficiente para ensinar classes de cinquenta alunos, de forma geral de bom nível cultural. Comecei a estudar por conta própria e fui me envolvendo com a História. Mas ainda sem planos maiores nesse campo. Um amigo que ia prestar como segunda faculdade Ciências Sociais insistiu para que eu fizesse o mesmo com História. Prestei o vestibular na USP (provas somente dissertativas naquela época), passei, porém não me inscrevi. Eu não me via como definitivamente professor e pesquisador de História. Porém dois anos depois senti finalmente necessidade de uma formação específica, meu autodidatismo não me satisfazia mais. Fui me informar, e por um desses felizes (e raros!) mistérios da burocracia eu podia me inscrever sem novo vestibular. Foi o que fiz e o ambiente de Humanas me cativou de vez, enquanto cada vez mais me cansavam a Micro e Macro Economia, Estatística, Matemática Financeira (aghr!) etc. A Administração perdeu um ex-futuro medíocre administrador de empresas e a História ganhou um apaixonado adepto.

CAFÉ HISTÓRIA - Em “Apologia da História”, Marc Bloch fala sobre a felicidade de poder falar, no mesmo tom, aos doutos e aos escolares. Professor, uma das características de seus textos (entrevistas, livros, artigos etc.) é a linguagem acessível, mas sem abdicar do rigor acadêmico e de uma estética apurada. Falar para todos os públicos é realmente uma preocupação sua? Qual deve ser a relação entre historiador e sociedade?

Creio que não se deva estabelecer regras rígidas a respeito. É preciso respeitar perfis pessoais e projetos de vida intelectual. Alguns historiadores têm vocação para democratizar seus conhecimentos, outros não; e estes podem fazer excelente trabalho de pesquisa e mesmo de ensino para públicos especializados. No meu caso, acho que foi minha trajetória pouco ortodoxa que formatou o historiador que sou. Como disse na resposta anterior, precisei aprender a dar aula dentro da sala de aula, diante de alunos apenas dois ou três anos mais jovens que eu, muitos deles vindos de ambientes familiares propíceis às coisas da cultura. Eu lia muito, mas fui percebendo que nem sempre eram boas leituras, havia muita divulgação pouco rigorosa, daí a idéia de seguir a faculdade de História e conhecer o que se fazia de realmente científico no campo. Além disso, o fato de ter de ensinar a História do Egito faraônico à Guerra da Coréia acabou me sendo extremamente útil, permitiu uma visão de conjunto, o estabelecimento de comparações, não me fechou nos limites rígidos de uma especialização. Esta é, evidentemente, indispensável, mas DEPOIS de uma sólida visão de conjunto. Assim, tive de aprender a falar e a escrever para gente não necessariamente fascinada pela História. A tarefa de fascinar cabe ao professor, e para isso o primeiro passo é ser claro, escapar dessa praga de discursos pedantes, politicamente corretos, pretensamente científicos e que escondem vanidades e chavões. E de fato, é um grande prazer transmitir – oralmente ou por escrito --- determinado conteúdo e perceber que o público te compreende e se interessa pelo assunto.

CAFÉ HISTÓRIA - Em seu livro “A Idade Média – Nascimento do Ocidente”, o senhor observa que mesmo aquelas sociedades que não possuem um passado medieval, vêem nos últimos anos entendendo a importância do estudo desse período histórico, uma vez que ele possui um papel decisivo para a formação da civilização ocidental. Tomando o Brasil como exemplo, essa ligação com o universo medieval é vista com relativa facilidade quando observamos muitas de nossas tradições religiosas. Mas qual a relação que áreas como a política, cultura ou economia possuem com esse mesmo universo medieval?

Do ponto de vista político, podemos lembrar das “dinastias” do Norte-Nordeste como os Magalhães, Sarney ou Barbalho, bem como da “feudalização” que os vereadores promovem em muitas cidades, inclusive São Paulo há alguns anos. Do ponto de vista social, a fragilidade institucional, a baixa consciência de cidadania, a grande indistinção entre coisa pública e coisa privada, o nepotismo, o corporativismo, são ecos dos elementos medievais aqui introduzidos pelos colonizadores portugueses. Do ponto de vista cultural, não é preciso insistir que nossa língua nasceu na Idade Média e que, aliás, falamos no Brasil um português muito mais próximo ao medieval do que ocorre em Portugal atual. Além disso, a literatura de cordel e seus temas cavaleirescos, carolíngios e arturianos são outros testemunhos de nossa medievalidade. Como essa relação entre Brasil e Idade Média é mais complexa do que podemos conversar aqui, tomo a liberdade de indicar para os interessados um artigo que publiquei a respeito no ano passado: “Raízes medievais do Brasil”, Revista USP, 78, 2008, pp.80-104.

CAFÉ HISTÓRIA - Durante muito tempo, medievalistas discordaram a respeito da periodização da Idade Média. Existe algum consenso hoje em dia? Onde começa e onde termina a Idade Média? Existem marcos seguros ou eles serão sempre problemáticos?

Eles serão sempre problemáticos, porque decorrem evidentemente muito mais do arbítrio do historiador do que dos fatos pretensamente classificadores. E como o historiador é produto de seu presente, e este muda, as classificações periodizantes mudam. Esta questão já gerou inúmeros debates, como se sabe, mas talvez no fundo seja um falso problema. Pouco importa rotular o fim da Idade Média em 1453, 1492, 1517 ou, como fez Jacques Le Goff mais recentemente, 1800. Na adoção de qualquer uma dessas fronteiras cronológicas todas há muito de “reserva de caça” de domínios científicos. O verdadeiro especialista não se coloca uma camisa de força, prefere periodizações amplas e flexíveis. Como se pode ser especialista do século XIV, por exemplo, sem conhecer profundamente os séculos XI-XIII numa ponta e XV-XVI na outra? O fundamental é ter consciência que a História de qualquer época comporta diferentes planos, cada um deles com ritmos próprios. Privilegiar 1453 é dar maior importância à política, escolher 1492 é colocar a economia à frente de tudo, 1517 é pensar que a religião está no centro da sociedade, e assim por diante. Portanto, o recorte temporal depende do objeto estudado, e no caso de uma visão ampla sobre muitos séculos (Idade Antiga, Média, Moderna) o melhor é não adotar fronteiras e sim zonas fronteiriças.

CAFÉ HISTÓRIA - Nos últimos anos, é notório o clima tenso entre as religiões monoteístas. Judeus e muçulmanos intensificam o confronto no Oriente Médio. Bispos da Igreja Católica criam mal-estar com judeus ao negar o Holocausto. Só para citar dois exemplos. Analistas, na mídia, evocam o passado para explicar a origem dessas tensões. As tensões religiosas da Idade Média explicam, de fato, esse cenário contemporâneo?

Temos aí um bom exemplo dos usos “politicamente corretos” e cientificamente incorretos da História. É mais fácil debitar a responsabilidade de certas situações atuais a séculos remotos, a atos tornados anônimos pelo tempo, do que inculpar o passado recente, de nossos pais, avós ou bisavós. Claro que as Cruzadas dos séculos XI-XIII despertaram nos ocidentais fortes sentimentos antisemitas, isto é, contra judeus no interior da Cristandade, contra árabes no exterior. Mas isso não explica os choques intersemitas (árabes contra judeus,judeus contra árabes) atuais, que decorrem das duas grandes guerras mundiais do século XX. Certa crise de consciência colonial, sobretudo inglesa, e certa crise de consciência ocidental em relação aos judeus massacrados pelos nazistas, levaram ao nascimento artificial e autoritário do Estado de Israel, construído por ocidentais (judeus e cristãos) à custa da população palestina lá instalada há séculos. O argumento “histórico” a favor da decisão é claramente falacioso: aquela é a terra de origem dos judeus. Mas a América é a terra de origem dos indígenas e ninguém pensa em expulsar os brancos e devolvê-la aos seus ocupantes originários. O argumento “moral” não é menos tendencioso: os judeus foram objeto de genocídio por não terem seu próprio país. É verdade, e esse fato extremamente grave e condenável não pode ser esquecido, mas é verdade também que as potências ocidentais nada fizeram diante de outros genocídios, como o dos armênios por parte dos turcos entre 1915 e 1917 ou o dos tutsis (75% da população eliminada!) de Ruanda em 1994. A rigor, Israel nasceu de conjunção de interesses entre a direita religiosa judaica e as potências ocidentais que desejavam se manter próximas das fontes petrolíferas árabes. Em suma, são questões geopolíticas do século XX que explicam o problema, não questões religiosas da Idade Média.

CAFÉ HISTÓRIA - Os historiadores dos Annales são responsáveis por grandes transformações da historiografia ocidental. O senhor chegou a trabalhar com algum desses historiadores? Do ponto de vista de suas pesquisas, qual desses historiadores mais o marcou e por quê?

Fiz meu pós-doutorado com Jacques Le Goff, grande intelectual e grande pessoa, e evidentemente ter tido contato com ele pelo menos uma vez por semana ao longo de dois anos e meio deixou marcas importantes na minha visão da História. Nossos encontros periódicos mantêm-se até hoje, embora mais espaçados, e mesmo os temas históricos tendo deixado de serem o centro de conversação, já que nossa relação passou a ser mais pessoal, são sempre encontros muito estimulantes. E sua obra continua significativa para mim, em especial por aliar erudição e imaginação no contato com as fontes. De Georges Duby, a quem não conheci pessoalmente, tiro sobretudo a valorização da escrita historiográfica : ele mostrou que um grande historiador não precisa -- não deve -- escrever de maneira hermética em nome de uma pretensa seriedade científica. Marc Bloch, o mestre deles dois, me inspira pelas preocupações metodológicas e pela ousadia na escolha dos temas estudados. Da mesma geração que eu, mantenho contatos estreitos e profícuos com Jean-Claude Schmitt, o principal discípulo de Le Goff.

CAFÉ HISTÓRIA - O senhor é bastante conhecido por seus trabalhos no campo da mitologia medieval. No entanto, recentemente, lançou o livro "A Dança dos Deuses - Futebol, Sociedade e Cultura", pela Companhia das Letras. Isso indica uma mudança em suas pesquisas acadêmicas? Conte mais sobre esse e outros projetos em vias de produção.

O livro sobre futebol abriu, efetivamente, outra frente de interesse, o que não significa abandono dos estudos medievalísticos. Vou, na verdade, tocar ambas as frentes paralelamente, antes de abrir uma terceira e talvez uma quarta. No que diz respeito ao futebol, a motivação é simples: refletir sobre um fenômeno sóciocultural de amplo alcance e até agora desprezado pela Universidade, que o abandonou nas mãos de jornalistas, cujo interesse e abordagem são outros. Nesse campo tenho encaminhado um livro de ensaios que não sairá antes de dois ou três anos, é um conjunto de pequenos textos que ou estão sendo escritos ao acaso de convites ou que não puderam ser aproveitados em “A dança dos deuses” devido ao tamanho do livro. No que diz respeito à medievalística, sairá em junho deste ano o volume II (e nova edição do vol.I) dos “Ensaios de mitologia medieval”. No momento trabalho também numa análise de conjunto sobre as utopias medievais, que será objeto do próximo livro, não sei ainda exatamente para quando.

CAFÉ HISTÓRIA - Professor Hilário, chegamos ao fim de nossa entrevista. Gostaria de pedir ao senhor duas coisas. Primeiro que deixasse uma mensagem para os membros do Café História, em sua maioria professores e alunos de história. Por último, que indicasse algum bom novo livro sobre Idade Média para nossos leitores medievalistas. No mais, foi um prazer entrevistá-lo. Muito obrigado pela entrevista e um forte abraço em nome de todos da rede.

É sempre um prazer conversar com gente interessada por História e que tenta difundi-la de maneira ampla e correta como faz o Café História. A mensagem que deixo aqui é simples e bem pouco original: o verdadeiro estudo da História é uma atividade intelectual riquíssima, que alia domínios diversos como política, filosofia, psicologia, literatura, artes plásticas, religião, dentre outros, e por isso mesmo pressupõe acúmulo informativo e esforço reflexivo. Minha sugestão enfática é que todo interessado pela História rejeite grandes modelos supostamente explicativos de tudo, mantendo o espírito aberto e mergulhando na leitura, sobretudo das fontes primárias. Quanto à indicação de uma publicação recente, como conversamos sobre as fronteiras entre Idade Média e Idade Moderna e sobre a Escola dos Annales, penso que uma boa sugestão seja a tradução brasileira que acaba de sair do maior livro de Lucien Febvre, fundador dos Annales ao lado de Marc Bloch: “O problema da descrença no século XVI. A religião de Rabelais”, editado pela Companhia das Letras.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

O Bento...

Por Admarino Júnior
















A foto acima mostra duas verdades.
A primeira já sabemos: os sacerdotes adoram criancinhas.
A segunda só os mais atentos perceberão:
O que o Papa leva em seu dedo anelar resolveria o problema
de quem ele leva em suas mãos.

Em visita a África, Bento XVI fez uma missa em Angola ao ar livre
para uma multidão. Por causa do forte calor muitas pessoas
desmaiaram e passaram mal. Dezenas ficaram feridas e dois jovens
morreram pisoteados no tumulto para entrar no local da missa.
É impressão minha ou os Angolanos estavam melhores sem o Papa?

O Pontífice apelou para que os angolanos deixem a feitaçaria de lado
e parem de ser oprimidos pelos demônios. Um bom slogan pra essa
camapanha seria: "Não deixe os demônios pisar em você. S
e quer ser pisoteado venha pra minha missa".

Bento XVI disse que foi embora da África triste pela fome.
Já os africanos ficaram felizes com a vinda do Papa. Mas continuam com fome.